Campanha «Mais espaço, mais Festa»
arranca com comício e visita ao novo terreno

Neste nosso chão <br> semeamos Abril

Hugo Janeiro
Texto
Inês Seixas
Fotos

Ini­ciou-se com um co­mício na Quinta da Ata­laia e uma vi­sita à Quinta do Cabo a cam­panha de fundos «Mais es­paço, mais Festa – Fu­turo com Abril», que o PCP lançou para a aqui­sição de um novo es­paço que per­mite am­pliar a maior ini­ci­a­tiva po­lí­tico-cul­tural re­a­li­zada em Por­tugal – a Festa dos tra­ba­lha­dores, do povo e da ju­ven­tude que pro­jecta e afirma os va­lores de Abril, se­mentes fe­cundas da nossa luta.

Apon­tamos com con­fi­ança os ca­mi­nhos do fu­turo

A inau­gu­ração da cam­panha que de­corre até Abril de 2016 ter­minou com um acto que teve tanto de sim­bó­lico como de mar­cante para todos os que nele par­ti­ci­param: o has­tear da ban­deira do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês na Quinta do Cabo, entre vivas ao PCP e à Festa do Avante!, pu­nhos er­guidos ao som de «Avante ca­ma­rada» e da «In­ter­na­ci­onal», entre aplausos, fo­guetes e a cons­ta­tação de que «assim se vê a força do PC».
Fo­guetes que se ou­viram igual­mente mi­nutos antes, quando a mul­tidão que havia lo­tado o co­mício re­a­li­zado no Palco 1.º de Maio da Festa do Avante! deixou para trás o Lago da Quinta da Ata­laia, per­correu al­guns me­tros atrás dos bombos dos Tocá Rufar e ir­rompeu pelo novo ter­reno, con­tíguo àquele onde há 25 anos se re­a­liza a Festa do Avante!.
Se­gu­ra­mente que no mo­mento em que o úl­timo ca­ma­rada transpôs a boca da cerca que dá para a Rua dos Ope­rá­rios – língua de al­ca­trão cra­vada entre a Quinta da Ata­laia e a Baía do Seixal, sem no en­tanto as se­parar –, já a ca­beça do des­file se apro­xi­mava do local da ce­ri­mónia, tantos foram os que qui­seram pisar, pela pri­meira vez, aquele pe­daço de chão que agora é nosso.
Quantos mil, é di­fícil ao re­pórter pre­cisar, tanto mais que também ele foi con­ta­giado pela ir­re­pri­mível von­tade de per­correr o maior nú­mero de me­tros da­queles sete hec­tares. Mas so­bre­tudo porque a grossa fila que ini­ci­al­mente se­guia, or­deira, atrás da co­mi­tiva li­de­rada pelo Se­cre­tário-Geral do Par­tido, pelos mem­bros dos seus or­ga­nismos exe­cu­tivos e por ca­ma­radas do se­cre­ta­riado da Festa do Avante!, ra­pi­da­mente se desfez, trans­for­mando o ter­reno num pon­ti­lhado hu­mano.
Pi­o­neiros so­zi­nhos ou aos ca­chos que gal­garam os ou­teiros are­nosos, iden­ti­fi­caram ár­vores ou pal­pi­taram sobre es­pé­cies de per­tença, opi­naram sobre a uti­li­dade do es­casso edi­fi­cado que re­sistiu ao tempo e lan­çaram ideias para o seu apro­vei­ta­mento, me­diram as vistas de­sa­fo­gadas para o Tejo. Todos fa­zendo de­sa­guar a cu­ri­o­si­dade ali­men­tada desde que Je­ró­nimo de Sousa anun­ciou, no co­mício de aber­tura da 38.ª Festa do Avante!, a compra da Quinta do Cabo. Muitos, de facto, sus­sur­rando «é nosso, é (mesmo) nosso» entre sor­risos e emo­ções in­con­tidas.
Al­guns, mais afoitos, fin­caram os pés ava­li­ando a ta­refa. «Há aqui muito tra­ba­lhinho para fazer», atira um mi­li­tante com ar ex­pe­ri­men­tado nestas an­danças de con­so­lidar e cons­truir Par­tido. E é disso mesmo que se trata: re­forçar o Par­tido, pois como re­alçou o Se­cre­tário-Geral do PCP no co­mício que abriu a ini­ci­a­tiva, «agora, jun­tando a Quinta do Cabo à Quinta da Ata­laia, damos novos passos em frente, com mais es­paço para mais e me­lhor Festa, apon­tando com con­fi­ança os ca­mi­nhos do fu­turo. A mesma con­fi­ança que nos aba­lança para os grandes de­sa­fios em de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, do nosso povo e do País.»



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